sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ouvindo Moacyr. Companheiro da solidão. Elegia Inútil. Poesia mesmo. A sedução carioca do poeta brasileiro, lançado em 2005, é o sétimo disco do poeta, compositor, carioca e boêmio Moacyr Luz. Os ouvidos atentos ouvirão um carioca. Um homem e o Rio de Janeiro, presença marcante em diversas faixas. Moacyr Luz é o retrato mais exato, mais nítido, de seu chão, o Rio de Janeiro. Poesia que homenageia a Cidade, suas noites, seus montes, seus espaços. Em Meier, Moacyr canta a chuva. Uma chuva carioca, que preludia o sol, o lírio a palma. Mais uma vez os bandolins. Moacyr, canta as coisas simples. A chuva, o Sol e o coração. Em Carnavais, fala de mulheres. Do efeito mortal dessas mulheres. Em As Cantadas, entoa mais um hino, um hino a terra de Guanabara. Os atentos, ainda, ouvirão o poeta Ferreira Gullar. Sorte.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

 Umas poucas palavras. Sim. Poucas palavras. A inquietude da vida burocrática do trabalho calou as palavras. Ando com outros projetos. O "Parafernália", um pouco esquecido. Hoje fui tomado por um desassossego. Na verdade, pensava nele ontem. Resolvi falar. Ando pensando a condição "artista", sua condição existencial. Como coisa existente. Sobre o intrínseco do ser artista. Uma espécie de "estar-na-vida", na radicalidade da vida como tragédia. Penso no artista como "ancouradouro", como espaço em que a "dor", a "dor-primordial" (como queria Nietzsche), encontra estada. Penso na vida artística como desvelamento. Pensemos. Volto com mais palavras em breve.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ainda persisto no samba! No samba simples. Ouvindo Cristina Buarque. E seguindo em frente. Com meu espírito calmo e me insistência intacta. Salve o samba!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre mortes

Hoje morre mais um amigo. E eu? Ouvindo o novo disco de Milton Nascimento. Escrevo palavras tristes. Soube de mortes. Um pensamento, nascido na esquina: o que farei de minha morte? Da evidencia da morte? Eternos sempre-problemas humanos. Por enquanto, fico aprendendo com as mortes. Tristezas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Palavras, apenas!

"Quem pergunta por mim, já deve saber!"

Ando com os ouvidos colados em Eduardo Gudin. Voz de Márcia. Peito rouco de Paulo César Pinheiro. Tempo em que não nasci. Tempo em que esqueci de vir ao mundo. Ando com os ouvidos atentos
às discussões políticas. Tenho pouco o que dizer. Álias, nada tenho a dizer. Vou esquecer o mundo. Ouvir Eduardo, Márcia e Paulo. Prefiro a poesia. Saudações

domingo, 7 de novembro de 2010

Um pouco de RAP!!

  Lembrando a grande amizade que existe entre Samba e Rap! E.M.I.C.I.D.A! Ontem, pela manhã, assistindo a uma entrevista do Emicida para o Notícias MTV, entendi a necessidade de entendermos os espaços artísticos. Espaço para todos! Bom. Só queria deixar essa música! Saudações!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sobre o vazio

Um pouco de palavras vazias. Ouvindo Moacyr. Um pouco de vazio. Um pouco de tristezas. Ouvindo o alarme do carro, na garagem do vizinho. Silenciou. Um pouco da solidão de um instante apenas. Sara chega em breve. Um pouco das mesmas palavras perdidas. Dos pensamentos sem-sentido. Do não-sentido dos pensamentos. O acúmulo de livros sobre a mesa parecem negar o vazio. Engano. O silêncio dos livros. O silêncio dos pensamentos. Irrompe o alarme novamente. Ensurdecedor, dessa vez. Eu procuro silêncios. Encontros.  

sábado, 9 de outubro de 2010

Sobre Marina Silva: esclarecendo algumas obscuridades medievais!

Neste post, reproduzo o item 7 do Programa de Governo do Partido Verde, facilmente encontrado no site do partido. Entendo que a compreensão de um aspecto relevante que consta em tal programa, especificamente no sub-item "G", do item 7, desmonta a aureola pretensamente beata do discurso de Marina Silva. Mas por que retomar Marina Silva? Por que acredito que a potência de seu discurso, sobretudo quando dirigido àqueles que não se preocupam em pensar sequer o mínimo de suas escolhas, redireciona as discussões e as decisões eleitoreiras de uma parcela considerável da sociedade (enfim, 20% dos votos válidos). Vamos aos fatos, vamos ao texto:

"7 - Reprodução Humana e Cidadania Feminina


1. Uma política de reprodução humana deve levar em conta a necessidade de estabelecer um sistema efetivo e democrático de acesso às práticas e técnicas de planejamento familiar livre e informado, que se baseie na contínua educação de homens e mulheres para a contracepção e o combate às DST's/AIDS.

Constituem elementos para essa política:

a) o combate à discriminação, ao machismo, e à violência doméstica mútua em suas mais variadas formas;

b) combate a todas as formas de violência sexual, ao proxenetismo e à utilização arbitrária do corpo humano no seu todo ou em partes, para a exploração comercial e/ou como objeto de qualquer pesquisa realizada fora dos paradigmas internacionais de ética médica;

c) a orientação sexual, à assistência à gestante e ao ensino de métodos de contracepção. A política da natalidade deverá ser feita por métodos essencialmente educativos e democráticos, coibindo-se a prática de esterilizações compulsórias e/ou ardilosas que não levem em conta a vontade de homens e mulheres;

d) a fiscalização rigorosa das práticas de manipulação genética e inseminação artificial para coibir qualquer extrapolação que possa levar à criação de vida humana em laboratório, reconhecendo-se como princípio fundamental o direito de toda criança a um útero;

e) a inserção da Bioética como matéria obrigatória dos currículos de segundo e de terceiro grau, nas áreas humanas e de saúde;

f) incentivo ao parto natural, ao aleitamento materno e ao controle de cesarianas desnecessárias;

g) legalização da interrupção voluntária da gravidez com um esforço permanente para redução cada vez maior da sua prática através de uma campanha educativa de mulheres e homens para evitar a gravidez indesejada".

Vejamos.

Em primeiro, gostaria de esclarecer que minhas posições a respeito das querelas medievais que circulam a temática do aborto, ainda, encontram-se em confecção. Não assumo determinadas questões - como, por exemplo, a questão referente ao acesso à vida - mas, por outro lado, estou convicto de algumas posições - como, por exemplo, a que versa sobre o direito ao corpo, do manuseio do corpo, etc.

No entanto, minhas posições discutiremos em breve.

O que quero apontar com esse post é, na verdade, a personalidade de Marina Silva. Façamos a seguinte pergunta: quem é Marina Silva? Essa é a questão. O discurso a respeito de sua contrariedade em relação ao aborto não consta em seu Programa! Faço referência a esse tema não por encontrar nele importância. Ademais, é notório: a temática do aborto nem sequer deveria constar em programas de governo! Todos sabemos que ao Executivo é atribuído pouquíssimo poder decisório sobre tais questões "polêmicas"! Não sejamos ignaros! Essa temática - tão frenética quanto medieval! - deveria estar nos programas do Legislativo! Mas, infelizmente, o brasileiro considera as funções legislativas como funções "menores"! E, não bastasse, plantam "Tiriricas" no solo brasiliense! Mas voltemos ao nosse tema central! Como vemos, o sub-item "G", do item 7, do Programa do Partido Verde, clara e explicitamente, advoga a favor da legalização da interrupção voluntária da gravidez! Mas - pasmem! - e o discurso "angélico" de Marina? Da defesa da vida? Do princípio da vida? Perceba que, no sub-item "G", não há sequer delimitação das condições nas quais tal prática será levada à cabo, como prescreve a lei! Entendamos o seguinte: os que votaram na "onda verde", votaram em discursos? Discursos descolados dos programas de governo? Onda de um "evangelismo" de Marina? Pensemos, apenas! Marina decidirá, dia 17, sua "opção" eleitoreira! Marina, orgulhosamente, define "condições" para negociar "apoio" no 2º Turno! Perceba: não faço apelo à ideologias antigas, superadas pelo capitalismo nefasto! Faço, na verdade, lembrança ao "evangelismo" de Marina! Faço, na verdade, o papel do "diabo" das concepções maniqueístas dos desenhos animados! Marina está "negociando" política! Lambeu os beiços na potência manipuladora de seu discurso "evangélico" e, agora, está deliciando os intentos de seu partido! Meus caros, o poder envaidece, corrompe! Deus guarde os evangélicos da politização infecciosa! Me pergunto, baseado nas minhas mais febris convicções plíticas, religiosas (ainda as tenho?), estéticas: quem é Marina Silva? Uma mulher evangélica? Uma política conveincional, que trama religiosidade e jogo político? Pensemos. Eu tenho medo da "onda verde"! E acho que ela, ainda, não passou! 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

 Para desmentir o PSDB e seu aliado mais irracional, o PIG (Partido da Imprensa Golpista), estou postando três fotos que comprovam que Dilma, candidata à presidência pelo Partido dos Trabalhadores, é recebida, e bem recebida, nos EUA e na Europa. Nos últimos dias o PSDB/DEM e o PIG têm apregoado que Dilma, como consequência de sua "carreira terrorista", estava impedida de sair do Brasil. Está provado que mais essa mentira do PSDB/DEM, preferidos confessos do PIG, é perniciosa. O PSDB/DEM zomba da inteligência dos eleitores, desconsidera a potência da consciência política no Brasil! É esse tipo de política que se faz no PSDB/DEM? É esse tipo de "calhorda" que pretende dirigir nosso país? Que faz uso dos interesses do capital para manipular a inteligência do povo? Não seja estúpido! Re-pense! Reflita!



Ouça a reportagem de Luciana Miranda, veiculada na Rádio CBN, ligada à Globo, aliada, ainda que indiretamente, ao pensamento político do PSDB, detalhando sua "aventura" no Metrô da cidade de São Paulo. A repórter denuncia: o Metrô de Serra é um caos! Ouça! Re-pense!

Carta Aberta à Marina Silva

Resolvi postar esse texto escrito pelo Prof. Maurício Abdalla, entitulado "Carta aberta à Marina Silva", pelo seu posicionamento político e estético. Leiam. Reflitam. Re-pensem!

Por Maurício Abdalla


Maurício Abdalla é Professor de filosofia da Universidade Federal de Espírito Santo, autor de Iara e a Arca da Filosofia, dentre outros.

“Marina,
morena Marina, você se pintou” – diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.

Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?

Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as “famiglias” que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.

Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.

Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.

Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.

"Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.

Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.

domingo, 5 de setembro de 2010

Um pouco sobre o que espero de minha música. Um pouco sobre o que espero de minha vida. Minha Missão, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro. O meu canto é uma missão/Tem força de oração! Meu silêncio interrompido pela música! A morte me percorre! Viver, assim, como quem dispara em direção ao absurdo suas esperanças, como quem contempla o absurdo e reverbera o sentido. Poeta Paulo César Pinheiro. Prefiro cantar e suspender o silêncio por um instante em que tudo se permeia de sentido!  

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Comédia da Vida Política

Zoon Politikós. Essa nossa passo para além da animalidade! A razão política, a confecção e a assinatura do Contrato que nos configura homens. Há poucos anos, a luta clandestina da resistência dos partidos e pensadores da esquerda. Resistência. Sangue. Vida. Morte. Superação dos princípios morais - tão caros! - em nome da liberdade. Questionáveis atitudes? Sem dúvida! Mas a tristeza - ou ódio? - em relação a fanfarronice do escancaramento do desprezo pelo político parece alcançar, em nosos dias, níveis inevitáveis! Preconceito? Talvez, confesso! Mas o grito da imbecilidade e, pasmem, da aceitação tácita de um estado de palhaçada generalizada me incomoda profundamente! Há aqueles que defendem: por que não? Da ladroagem, por que não partir para a palhaçada descarada? Eu concordo, confesso! Porém, não sem pesar! Estamos todos imersos no absurdo do sentido. Sim! Tudo uma questão de sentido! Afinal, que sentido, na pós[hiper]modernidade, conviver politicamente? Estranho! Penso estar convencido! Será? Prefiro, mesmo, os palhaços? Os malabaristas do riso solto, desprovido de racionalidade? Prefiro ficar com a questão! Pensar: em que medida? Até que ponto a democracia favorece? Abertura para a mediocridade? Abertura para a imbecilidade? Abertura para os despropositados? Abertura para a degenerescência do sentido íntimo do político? Pensemos duas mil duzentas e vinte e duas vezes antes de atolarmos os pés na merda - os sensatos me perdoarão a má palavra! Saudações!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Música

Voz. Epiderme. Amor. Tudo parece ser música. Cais. Caos. Tudo parece ser estrutura melódica. Tudo parece ser som. E a pobreza dos dias atuais? E a miséria da cultura dos dias atuais? E a música enletada das grandes corporações midiáticas? Aos diabos! Para quem quer se soltar, invento o cais! Eu prefiro, ainda, a antiguidade da música boa. Ainda ouço reverberar as palavras de um pseudo-libertário que fala seus impropérios na MTV. Velho Lobo! A ousadia de dizer que algo como Restart produz sonoridades interessantes! Velho Lobo! Decadence! Eu prefiro que se cale! Eu prefiro que se fie aos estultos! Velho Lobo! Aos diabos com a mediocridade escancarada! Aos diabos com a estupidez! Com a fraqueza dos imbecis! Com a servidão da adolescência ignara! Aos diabos com as calças multicoloridas! Aos diabos! Eu prefiro, ainda, minha velharia! Estúpidos os que não conservam o mínimo de dignidade! Saudações!




segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um dia triste

Para as palavras tristes de hoje, Luz da Aurora, de Yamandu Costa e Hamilton de Holanda. Uma canção para falar da morte, do acaso. Triste quando uma vida nova se despede. Triste quando a vida se despede. Qualquer vida. Eu queria estar em silêncio. Quem sabe, até mesmo, esquecer as desventuras de um encontro fortuito, que resulta trágico. Novamente a morte. Penso uma tristeza maior: melhor aprender acostumar-me com a morte. Destino inevitável: todos morrem. Nunca aprendemos a morrer. Destino inevitável. Esse nosso nefasto "desejo de verdade" se encerra na morte, na inexplicabilidade da morte, de seu caráter incógnito. Eu queria estar em silêncio. Mas o estômago me incomoda. Prefere viver a tristeza e antecipar o consolo. Eu? Prefiro obedecer o corpo. Entristeço. Enraivecido com  a vida, sigo questionando as mortes. Talvez seja culpa do destino. Saudações. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mú[Luz]ica

Música. Luz. Imensa escuridão. Imensa Luz. Lembro a Luz do Moa. Lembro a Luz do samba do pandeiro de um outro Luz. Desde as raízes, Luz. Lembro da repreensão severa de um Luz que me ensinava o "surdo de crioulo". Não toque assim, menino! Sempre haverá Luz na minha música. Sempre essa Luz que me encaminha. Sempre o amor a funcionar como Luz intensa. Sempre a Luz pequena que reluz, assim, de tão branca. Luz da vila em que nasci, Vila Aparecida. Luz de santa. Da cidade, dos botequins, dos neons das baixadas da cidade em que vivo. Luz de um sorriso malandro que reservo para os cantos da boca. Sempre haverá Luz naquilo que desejo. Lembro a Luz da Aurora, de um Hamilton. Luz que direciona minhas palavras profanas. Lembro a antiga Luz, da iluminação profética de um mundo, aparentemente, sem Luz. Enganáva-mo-nos. Em tudo, um tanto de Luz.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um poema escrito em 23 do Abril de 2007(8)

Esse(a)

Esse nosso silêncio
Esse corpo
Essa carne
Essa manta que encobre o sangue na cama
Esse incêndio que arde e alardeia meu trêmulo desatino
Essa cópula...
... essa sensação imunda.
O sangue espúrio que esvai,
Esvai e não esgota
e suga a vida
e morde o seio
e invade o nu crucificado!
Queima
Queima
E não consome
Insone
Esse desejo volve, envolve...
... não enovela o gosto
Estica
Estética
Esteta
E reverbera um outro que era eu

Sobre silêncios

Há aqueles que se dedicam em compreender minhas palavras! Felicidade? Há aqueles que teimam em minhas palavras. Entusiasmo? Elogia a coragem destes! Um instante da vida preso às idiosíncrasias de um medíocre!
Para a leitura de "Sobre silêncios", Pérolas aos poucos, de Zé Miguel Wisnik (http://www.letras.terra.com.br/na-ozzetti/286815). Eu jogo pérolas aos poucos, eis minha pretensão mais ousada!
Hoje, interrogado, respondi: meu silêncio, minha reverência! Tenho apregoado o silêncio como quem venera um santo, como quem se ajoelha diante da imagem. Eu prefiro o silêncio, eis a sentença tantas vezes repetida! Sinto meus silêncios como metafísica! Como minha assumpção! Meu silêncio. Cultivo meus silêncios em pequenos recipientes. Barro. Meu silêncio é feito de terra e corpo, do rasteiro. Meu silêncio, esse estado reverente que mantenho em relação ao inaudito da vida. Por que, isso? Por que, aquilo? Por que? Eu prefiro reverenciar a inexplicabilidade da vida com meus silêncios! Ando cansado das explicações. Metafísicas, religiosas, existenciais. Prefiro os silêncios. Uma pequena recordação de Wittgenstein. Escrevo essas palavras enquanto meus vizinhos rezam. Ouço. Muitas e repetidas "Aves Marias"! Eu prefiro o silêncio! O silêncio das explicações demasiadas, do palavrórios desenfreado dos desejosos de sentido! O sentido. Re-volto aos temas antigos, do antigo "Parafernália". Aprecio os temas antigos: sentido. Retomando Pessoa: o sentido íntimo das coisas! Eu prefiro o esquecimento! Esqueçamos, simplesmente. Criamos conceitos. Esqueçamos. Essa fé desabilitada nos conceitos! Eu? Prefiro meus silêncios! Sara me diz um "espertalhão"! Ouço demais, meneando a cabeça. Diz-me um "diplomata"! Talvez o seja, de fato! Mas o meu silêncio, creiam, é reverente! Ando cansado dos explicadores! Saudações!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu reverencio os mestres no Samba. No último Sábado, dia 07 de Agosto, estivemos em Piracicaba, no Clube do Samba. Roda de Samba, com os Amigos do Dito. Presença sempre ilustre do grande mestre Das Neves! Aprendo com a quietude dos mestres, com sua simplicidade. Bom fazer samba. Aprendi muito samba com que sempre fez samba bom, Paulo César Pinheiro. Eu prefiro a honestidade do sorriso calmo. Estamos no caminho! Jeito de malandro. Coração de aprendiz! Saudações!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Palavras soltas, apenas!

Queria escrever algo sobre amor. Eu, o boêmio. Do amor, conheço pouco. No entanto, conheço essa sensibilidade que nos atinge. Eu, um pedaço poeta. Eu, um pedaço beberrão. Conheço do amor quando a vejo branca. Quando a vejo, assim, tanta. Essa pequinitude imensa! Não sou bons com definições. Estou sem dois dentes. Frágil. Gosto de sentir amor nos momentos mais inoportunos. Gosto do amor, quando da fragilidade. Gosto do amor, quando de minha miséria. Gosto do amor, quando das injúrias. Gosto do amor, quando dos risos com frivolidades. Gosto de caminhar. Vejo. Sinto a rua como quem sente a si mesmo. Prefiro o sim. Prefiro a afirmação da potência da rua. Não as suas obscuridades. Gosto da vida alheia. De poesia. Do cotidiano de minha cidade. Das pessoas de minha cidade. Dos cantos mais nefastos. Anita está latindo. A pequena Marrom assiste, imparcial. Deve ser mais uma daquelas brigas incompreensíveis. Eu prefiro os desvarios. Sempre. Como fico extasiado com os ascesses! Lembro a moça que degladia alguém pelo telefone. Aprecio. Preciso caminhar. Saudações

sábado, 7 de agosto de 2010

Idiossíncrasias, apenas

Mais divagações musicais! Ando apregoando meu apreço pelos silêncios! Refletindo, percebi que essa apreciação é fruto inconfesso do meu amor irreversível pelas sonoridades musicais! Para além dos silêncios, há música! Nos intervalos dos silêncios, há música! Essa compreensão do silêncio parece soar como um arrebatamento! Preciso pensar! Gosto da sonoridade do surdo, cobrindo silêncios! Preciso escrever algo nesse sentido! Depois escrevo! Mudando de assunto! Dias atrás me pediram que assistisse a um video no YouTube. Era um tal Pc Siqueira. Em suma, um desses ícones da juventude burra que manifesta suas idiossíncrasias desprovidas de base, absolutamente desprovida de critérios. Eu prefiro o silêncio! Resumo: ando descontente com a estúpidez! Da ignorância, aprecio a habilidade da manutenção da vida, da exigência da vida sem critérios racionalistas. Prefiro a ignorância, às vezes. O louco desce a rua e dorme/Na paz da santa ignorância, escrevi a alguns anos. Mas ando descontente com os pensadores juvenis, com suas câmeras portáteis, seus posts. Esse tresloucamento do pensamento fast. Do pensamento da desconexão, do infortúnio. Prefiro minhas provocações que ninguém lerá! Saudações, meus caros!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre músicas e caminhadas

Estou ouvindo Maurício Tapajós. Saudades da infância! Do andar vago e despreocupado! Dias atrás caminhava como quem se perde intencionalmente! Acompanhava-me um amigo! Amigo Mazu! Lembro das andanças! Sempre desembocavam em conversas imensas, filosóficas até! Dias atrás. Aprecio o silêncio dessas conversas. Quando pensamos. Quando sentimos o tempo. O tempo que correu debaixo de nossos passos. Andar vagamente. Aprecio a despreocupação. Convivo com o desassossego da vida que mergulhávamos em nossas conversas. Longas conversas. Uma descoberta: aprendi a conviver com a incerteza! Hoje vou ao Moacyr Luz. Visitar o samba. Mais tarde volto comentando a ida, a vida, as incertezas, as querelas, os dissabores. Minhas palavras. Meus silêncios! Saudações!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meu caro Mazu, li suas palavras como quem, finalmente, ri! Concordo com elas! Mas as tristezas são inevitáveis! São elas que nos tomam! Não as escolhemos! As acolhemos, isso é verdade! Mas explico meus dissabores! Ando cansado - como conversamos! - com as sonoridades que infestam nossas cidades! Nos carros, nas rádios, nas televisões! Ando cansado com a pobreza das manifestações! Com os trejeitos, tipos, modismos! Tenho direito ao silêncio! E me recusam esse direito! Hoje caminhava pela rua! Obrigaram-me a ouvir "gruda, gruda, na cintura da moleca". Senti-me molestado! Invadido! Como quem sofre corporeamente! Mas isso é só cansaço, amigo! Abandonei o ódio já! Fruto de nosso diálogo! Veja! Comungar é saudável! Abraços!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobre música e tristezas!

Para minhas palavras de hoje: Moacyr Luz! Mais especificamente: Coração do Agreste, do disco Voz e Violão, de 2005.
Para minhas palavras de hoje, uma cachaça! Para minhas palavras de hoje, uma tristeza! Hoje vi minha música enfraquecer-se! Vi minhas palavras soltas! Vi meus versos se irem! Mas recupero! Eu voltei pra ajuntar pedaços, disse Moacyr. Eu prefiro viver minha música! Prefiro que ela seja meu silêncio! Maldita mania de festivais! Produzir músicas para cantá-las! Isso enfraquece! Prefiro produzí-la no seu estado mais íntimo! Preciso pedir perdão à minha música!
Aproveito: aos corajosos, àqueles disposto e hábeis com as tristezas, indico audições! Moacyr Luz! Luz de iluminação tão intensa! Luz dos versos! Aos que se atrevem na imersão na vida, eu indico Moacyr! Aos covardes, aos imbecis: permaneçam com suas poesias porcas das modernidades televisivas! Continuem com suas tendências, seus modismos! Eu prefiro a revolta da sensibilidade!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ouço Alecrim. Na bonita viola de Domingos de Salvi. Boa música. Cansado do barulho das ruas, avenidas. Um pouco de passado para alimentar a saúde. Um pouco de silêncio. Um silêncio feito de notas, belíssimas notas. Hoje regravei Incelença de um sertanejo só. Faço coisas bonitas, às vezes. Descubro palavras. A paixão e a morte são filhas pequenas de um mesmo pai. Poesia. Ando com poucas palavras. Melhor calar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mais uma morte

Hoje soube. Mais um amigo de infância morto. Ouvia um samba. Soube. Todos morrem, afinal. Mas, ainda, há tristeza nas mortes. Lembro do velho Nilo. Dos porres. Das noites. Amigo é pra essas coisas. Volto mais tarde.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ando com mania de velhos! Acordo cedo! Aprecio o silêncio das manhãs! Afinal, aprecio o silêncio! Há muito, ando querendo falar a respeito de umas questões que sinto relevantes: do espírito do neo-liberalismo e da cultura de massa. Nenhuma novidade, aliás! Releituras do velho Adorno e de seus amigos! Sinto vergonha! Vergonha alheia! Vergonha de estar-no-mundo, no mundo contemporâneo, instantâneo. Duas questões me incomodam profundamente! A primeira: por que tenho que aceitar - acolher, até mesmo! - o que reputo ser uma degenerescência da cultura contemporânea, pós-contemporânea, pós-neoliberal? A segunda: Por que tenho que aceitar as idiossíncrasias americanas - e, pasmem, mundiais! - que se instalam, pela via da abstração do mercado, e da concretude do mercado, na música juvenil brasileira? Por que não os posso odiar? Dado o caráter pacífico do meu ódio, por que o problemático da antipatia? Estranho! Devotar amor nobre às coisas! Sentimento sublime, louvável, apreciável! Mas quero devotar ódio! Sem contudo, é claro, fazer uso do instrumento da violência! Devotar meu ódio pacífico! Contra a superficialidade da cultura! Uma cultura juvenil? Que será, de pronto, esquecida? Sim e não! Que será esquecida? É claro! Pois essa é a lógica e a estrutura do mercado! Daqui um tanto, serão confeccionados novos modismos, novas tendências! As marcas, as cicatrizes da cultura persistirão! Quem não se contaminou com a avalanche indigesta da música imprestável produzida pelos axés, dos anos 1990 e 2000! Toda aquela ofensa da boca-da-garrafa, das músicas medíocres, em que se repetiam os refrões de duplo sentido! Toda aquela indigna exposição da bunda feminina como instrumento de cultura e - mais nefasto ainda! - de ascenção social! Alguém nos livre dos eruditos - isso é fato! Porém, o mundo da música Emo, Happy-Rock e afins, deve ser repensado - e, sobretudo, pela juventude! Saudades de Cazuza! Da poesia! Das máximas cansadas dos revolucionários - que hoje são velhos neo-liberais! Saudades dos revoltosos! Cansado do colorido dos adolescentes! Cansado da puta-falta-de-sacanagem da cultura! Ela nos abandonou! Sinto a cultura como Prometeu! Deu-nos fogo e, depois, foi acorrentada! Pobre do seu fígado! Do fígado da cultura? Aos corvos!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Saudações Leitores

Saudações!
Transferi minhas palavras para o Blogger! Transferi os meus silêncios! Escreverei, aqui, minhas insanidades, minhas parafernálias, minhas idiossíncrasias. Saúdo aqueles que, há anos, acompanham os meus devaneios! Saúdo os novos leitores!
Tenho novas pretensões aqui! Escreverei sobre coisas! Sobre coisas concretas! Estou preparando o primeiro post! Quero, há muito, comentar a emergência de novas estéticas musicais, sobretudo aquela aclamada como o novo Rock Brasileiro! Quero falar minhas impressões! Estou, agora, no blogger! Espero que sejamos nós mesmos!