sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre músicas e caminhadas

Estou ouvindo Maurício Tapajós. Saudades da infância! Do andar vago e despreocupado! Dias atrás caminhava como quem se perde intencionalmente! Acompanhava-me um amigo! Amigo Mazu! Lembro das andanças! Sempre desembocavam em conversas imensas, filosóficas até! Dias atrás. Aprecio o silêncio dessas conversas. Quando pensamos. Quando sentimos o tempo. O tempo que correu debaixo de nossos passos. Andar vagamente. Aprecio a despreocupação. Convivo com o desassossego da vida que mergulhávamos em nossas conversas. Longas conversas. Uma descoberta: aprendi a conviver com a incerteza! Hoje vou ao Moacyr Luz. Visitar o samba. Mais tarde volto comentando a ida, a vida, as incertezas, as querelas, os dissabores. Minhas palavras. Meus silêncios! Saudações!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meu caro Mazu, li suas palavras como quem, finalmente, ri! Concordo com elas! Mas as tristezas são inevitáveis! São elas que nos tomam! Não as escolhemos! As acolhemos, isso é verdade! Mas explico meus dissabores! Ando cansado - como conversamos! - com as sonoridades que infestam nossas cidades! Nos carros, nas rádios, nas televisões! Ando cansado com a pobreza das manifestações! Com os trejeitos, tipos, modismos! Tenho direito ao silêncio! E me recusam esse direito! Hoje caminhava pela rua! Obrigaram-me a ouvir "gruda, gruda, na cintura da moleca". Senti-me molestado! Invadido! Como quem sofre corporeamente! Mas isso é só cansaço, amigo! Abandonei o ódio já! Fruto de nosso diálogo! Veja! Comungar é saudável! Abraços!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobre música e tristezas!

Para minhas palavras de hoje: Moacyr Luz! Mais especificamente: Coração do Agreste, do disco Voz e Violão, de 2005.
Para minhas palavras de hoje, uma cachaça! Para minhas palavras de hoje, uma tristeza! Hoje vi minha música enfraquecer-se! Vi minhas palavras soltas! Vi meus versos se irem! Mas recupero! Eu voltei pra ajuntar pedaços, disse Moacyr. Eu prefiro viver minha música! Prefiro que ela seja meu silêncio! Maldita mania de festivais! Produzir músicas para cantá-las! Isso enfraquece! Prefiro produzí-la no seu estado mais íntimo! Preciso pedir perdão à minha música!
Aproveito: aos corajosos, àqueles disposto e hábeis com as tristezas, indico audições! Moacyr Luz! Luz de iluminação tão intensa! Luz dos versos! Aos que se atrevem na imersão na vida, eu indico Moacyr! Aos covardes, aos imbecis: permaneçam com suas poesias porcas das modernidades televisivas! Continuem com suas tendências, seus modismos! Eu prefiro a revolta da sensibilidade!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ouço Alecrim. Na bonita viola de Domingos de Salvi. Boa música. Cansado do barulho das ruas, avenidas. Um pouco de passado para alimentar a saúde. Um pouco de silêncio. Um silêncio feito de notas, belíssimas notas. Hoje regravei Incelença de um sertanejo só. Faço coisas bonitas, às vezes. Descubro palavras. A paixão e a morte são filhas pequenas de um mesmo pai. Poesia. Ando com poucas palavras. Melhor calar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mais uma morte

Hoje soube. Mais um amigo de infância morto. Ouvia um samba. Soube. Todos morrem, afinal. Mas, ainda, há tristeza nas mortes. Lembro do velho Nilo. Dos porres. Das noites. Amigo é pra essas coisas. Volto mais tarde.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ando com mania de velhos! Acordo cedo! Aprecio o silêncio das manhãs! Afinal, aprecio o silêncio! Há muito, ando querendo falar a respeito de umas questões que sinto relevantes: do espírito do neo-liberalismo e da cultura de massa. Nenhuma novidade, aliás! Releituras do velho Adorno e de seus amigos! Sinto vergonha! Vergonha alheia! Vergonha de estar-no-mundo, no mundo contemporâneo, instantâneo. Duas questões me incomodam profundamente! A primeira: por que tenho que aceitar - acolher, até mesmo! - o que reputo ser uma degenerescência da cultura contemporânea, pós-contemporânea, pós-neoliberal? A segunda: Por que tenho que aceitar as idiossíncrasias americanas - e, pasmem, mundiais! - que se instalam, pela via da abstração do mercado, e da concretude do mercado, na música juvenil brasileira? Por que não os posso odiar? Dado o caráter pacífico do meu ódio, por que o problemático da antipatia? Estranho! Devotar amor nobre às coisas! Sentimento sublime, louvável, apreciável! Mas quero devotar ódio! Sem contudo, é claro, fazer uso do instrumento da violência! Devotar meu ódio pacífico! Contra a superficialidade da cultura! Uma cultura juvenil? Que será, de pronto, esquecida? Sim e não! Que será esquecida? É claro! Pois essa é a lógica e a estrutura do mercado! Daqui um tanto, serão confeccionados novos modismos, novas tendências! As marcas, as cicatrizes da cultura persistirão! Quem não se contaminou com a avalanche indigesta da música imprestável produzida pelos axés, dos anos 1990 e 2000! Toda aquela ofensa da boca-da-garrafa, das músicas medíocres, em que se repetiam os refrões de duplo sentido! Toda aquela indigna exposição da bunda feminina como instrumento de cultura e - mais nefasto ainda! - de ascenção social! Alguém nos livre dos eruditos - isso é fato! Porém, o mundo da música Emo, Happy-Rock e afins, deve ser repensado - e, sobretudo, pela juventude! Saudades de Cazuza! Da poesia! Das máximas cansadas dos revolucionários - que hoje são velhos neo-liberais! Saudades dos revoltosos! Cansado do colorido dos adolescentes! Cansado da puta-falta-de-sacanagem da cultura! Ela nos abandonou! Sinto a cultura como Prometeu! Deu-nos fogo e, depois, foi acorrentada! Pobre do seu fígado! Do fígado da cultura? Aos corvos!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Saudações Leitores

Saudações!
Transferi minhas palavras para o Blogger! Transferi os meus silêncios! Escreverei, aqui, minhas insanidades, minhas parafernálias, minhas idiossíncrasias. Saúdo aqueles que, há anos, acompanham os meus devaneios! Saúdo os novos leitores!
Tenho novas pretensões aqui! Escreverei sobre coisas! Sobre coisas concretas! Estou preparando o primeiro post! Quero, há muito, comentar a emergência de novas estéticas musicais, sobretudo aquela aclamada como o novo Rock Brasileiro! Quero falar minhas impressões! Estou, agora, no blogger! Espero que sejamos nós mesmos!