quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ode a Saulo Ligo

É noite de lua cheia! Santa Clara me clareia! Me incendeia o coração! 

Difícil, a arte das definições! Ademais, o que são definições

Saulo Ligo, a quem chamo, ousadamente, parceiro, encarna mais uma dessas dificuldades que encontramos pelas calçadas da vida. Como definir, ainda, nas palavras termináveis, sua poesia e sua canção? Como definir, enquadrar nos conceitos entorpecidos pela finitude própria da linguagem, as sensações que nascem, respingam, pululam, infestam olhos, corpo, alma, coração? Somente o tempo sabe  o tempo e a razão. Prefiro me dedicar ao silêncio da audição santa, da audição mais silenciosa e reverente. Ouvir um samba, essa dedicação desenfreada ao profano, ao urbano, em Saulo Ligo, se torna o deleite manso e calmo das revelias da existência mesma. Nele, na sua inspiração paulinhodavioliana, encontramos os versos-descanso de um compositor que aprendeu a vida, na vida mesmo.

Para os desatentos: http://sauloligo.tnb.art.br/
  

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Se você ficar sozinho, pega a solidão e dança (...) Se faltar a paz, Minas Gerais (Marcelo Camelo).

Hoje minhas palavras virão mais soltas. A leveza com que levo minha existência, e sua sinceridade, me servem, aqui, de escudo. Vim só dar despedida (Marcelo Camelo). Preciso escrever um livro. Há uns anos, escrevi uma peça. Dessas mediocridades que escrevemos quando dos enterros de nós mesmo. Esqueci e minha obra se foi com a morte de um notebook enfermo. Quem sabe, o destino? Perdeu-se, enfim, minha grande obra! Agora vivo das pequenas linhas soltas no Parafernália. Misérias para os parcos leitores que tenho. Um aviso: deixem meus escritos tortos! Cuidem de suas existências!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Se faltar carinho, ninho (Marcelo Camelo).

A distância temporal das palavras escritas aqui, no Parafernália, explica-se. O silêncio das palavras que aqui eram lançadas com disciplinada periodicidade, explica-se. Nunca palavras. O que resta às palavras, se o corpo não geme? O que resta? Por isso, nunca as palavras, aqui, saltam antes da sensação desesperada de estar vivo, de estar imundo da existência mesma, sem as máscaras e as hipocrisias do vazio doutras palavras. Eu prefiro o mergulho. A vida mesma, repleta das dores mais essenciais. Nisso, fiz-me sambista que outros. Dor e palavras: eis meu samba sincero.