quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Nunca minhas palavras são lidas. Benção. Sou o escritor dos cegos, dos que nunca me lerão, dos que nunca serão meus. Minhas palavras. São apenas alívio. Minha alma procura as palavras como a um deus. Preciso de palavras. Escritas. Prefiro o silêncio dos sons. Prefiro as palavras escritas. Solidão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quem viu o pavio aceso do destino?

Ver minha música ecoar vazia nos ouvidos das pessoas. Ver minha música. Sua beleza existe? Que beleza? Ver minha música acoando e ressoando o não-sentido, o sem-sentido. Tudo isso, assim, de repente. Ver minha música. Ouvi-la, antigo sonho, cantada pelos grandes. Ah! Que fazer, se nasci com a mediocridade da maioria? Se sou reles? Se sou baixo? De uma baixeza que, pasmem, não havia, até agora, me apercebido. Sim! Sou de uma baixeza outra! Mais baixa e mais vil e mais reles do que consigo imaginar. Minha música, seus versos, suas estrofes, suas rimas, suas não-rimas, seus desesperos! Tudo a mais clara e evidente - como queria Descartes! - degenerescência. Sim! Vou me dar aos ternos, aos relógios. Sou reles demais para a existência do artista. Sou reles demais para as existências nobres. Vivo o mundo dos medíocres, sonhando as alturas dos compositores. Sonho vão. Volto sempre à minha condição operária! Viva a pobreza do meu espírito! 
Palavras. Exigem: palavras. E eu? A cultivar meu silêncio incólume, intocado. Ignorando o grito dos que possuem palavras em demasia. Eu quero o silêncio. Deuses, filosofias, teologias, misticismos. Quero silenciar, apenas. Respeitem