quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre silêncios

Há aqueles que se dedicam em compreender minhas palavras! Felicidade? Há aqueles que teimam em minhas palavras. Entusiasmo? Elogia a coragem destes! Um instante da vida preso às idiosíncrasias de um medíocre!
Para a leitura de "Sobre silêncios", Pérolas aos poucos, de Zé Miguel Wisnik (http://www.letras.terra.com.br/na-ozzetti/286815). Eu jogo pérolas aos poucos, eis minha pretensão mais ousada!
Hoje, interrogado, respondi: meu silêncio, minha reverência! Tenho apregoado o silêncio como quem venera um santo, como quem se ajoelha diante da imagem. Eu prefiro o silêncio, eis a sentença tantas vezes repetida! Sinto meus silêncios como metafísica! Como minha assumpção! Meu silêncio. Cultivo meus silêncios em pequenos recipientes. Barro. Meu silêncio é feito de terra e corpo, do rasteiro. Meu silêncio, esse estado reverente que mantenho em relação ao inaudito da vida. Por que, isso? Por que, aquilo? Por que? Eu prefiro reverenciar a inexplicabilidade da vida com meus silêncios! Ando cansado das explicações. Metafísicas, religiosas, existenciais. Prefiro os silêncios. Uma pequena recordação de Wittgenstein. Escrevo essas palavras enquanto meus vizinhos rezam. Ouço. Muitas e repetidas "Aves Marias"! Eu prefiro o silêncio! O silêncio das explicações demasiadas, do palavrórios desenfreado dos desejosos de sentido! O sentido. Re-volto aos temas antigos, do antigo "Parafernália". Aprecio os temas antigos: sentido. Retomando Pessoa: o sentido íntimo das coisas! Eu prefiro o esquecimento! Esqueçamos, simplesmente. Criamos conceitos. Esqueçamos. Essa fé desabilitada nos conceitos! Eu? Prefiro meus silêncios! Sara me diz um "espertalhão"! Ouço demais, meneando a cabeça. Diz-me um "diplomata"! Talvez o seja, de fato! Mas o meu silêncio, creiam, é reverente! Ando cansado dos explicadores! Saudações!

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