quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sobre infâncias, Mazu!

Ouvindo Caetano. Estrangeiro. Minha infância, assim, recordada em algum momento de silêncio da existência parece deixar uma res de saudade. Lembrar de estar na vida com a trânquilidade do não-estar. Da obediência cega. Da desobediência astuta. Dos devaneios. Sobre futuros. Hoje, resta o passado. E a escolha inescrupulosa do destino, do próprio destino, de sua autoria. Hoje, resta a tristeza de haver estado no mundo, num momento tão propício ao desvario, de modo por demais sóbrio. Existência religiosa, exigência religiosa. Meu amigo Mazu. Nossas conversas sobre o destino. Sobre o passado. Meu amigo Mazu. Nossos desatinos atuais parecem resplandecer na janelas das almas. Ou me engano? Prefiro estar, assim, ouvindo Caetano. Lembrando, finalmente, o que ficou daquele passado desgastado pelo demasiado peso da moralidade.

Um comentário:

  1. Sim José, são desatinos. Mas deixe vir o carnaval.Já posso ouvir a folía e os tambores. Deixe ouvir o estrangeiro.Deixe o carro de som cruzar a avenida. Mais um carnaval.Confetes e serpentinas. Carnaval desatinado. Deixe descer o trago da cachaça. São Martin Cererê, Cassiano Ricardo. Deixe olhar transparente pela janela. Desatinos do carnaval. Desatinado Caetano, desatinado Gil e desatinado que sempre foi, Zé. José Nuno Moraes. Ao acaso passar pela religião e Arte. Sorte e destino ter um amigo da Infância. Deixe passar o surdo e a multidão.
    José não vai passar. A saudade...
    Diego Mazutti

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