Ouvindo Caetano. Estrangeiro. Minha infância, assim, recordada em algum momento de silêncio da existência parece deixar uma res de saudade. Lembrar de estar na vida com a trânquilidade do não-estar. Da obediência cega. Da desobediência astuta. Dos devaneios. Sobre futuros. Hoje, resta o passado. E a escolha inescrupulosa do destino, do próprio destino, de sua autoria. Hoje, resta a tristeza de haver estado no mundo, num momento tão propício ao desvario, de modo por demais sóbrio. Existência religiosa, exigência religiosa. Meu amigo Mazu. Nossas conversas sobre o destino. Sobre o passado. Meu amigo Mazu. Nossos desatinos atuais parecem resplandecer na janelas das almas. Ou me engano? Prefiro estar, assim, ouvindo Caetano. Lembrando, finalmente, o que ficou daquele passado desgastado pelo demasiado peso da moralidade.
Sim José, são desatinos. Mas deixe vir o carnaval.Já posso ouvir a folía e os tambores. Deixe ouvir o estrangeiro.Deixe o carro de som cruzar a avenida. Mais um carnaval.Confetes e serpentinas. Carnaval desatinado. Deixe descer o trago da cachaça. São Martin Cererê, Cassiano Ricardo. Deixe olhar transparente pela janela. Desatinos do carnaval. Desatinado Caetano, desatinado Gil e desatinado que sempre foi, Zé. José Nuno Moraes. Ao acaso passar pela religião e Arte. Sorte e destino ter um amigo da Infância. Deixe passar o surdo e a multidão.
ResponderExcluirJosé não vai passar. A saudade...
Diego Mazutti