quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sobre o som

Tenho os ouvidos atentos. Ainda que cultive o silêncio, ouço. Inevitável, essa existência auditiva! E como são estranhos os sons da cidade! As janelas, noites inteiras, gemem! Os carros, buzinam! Os homens espirram, escarram, conversam! E como conversam! Futilidades, frivolidades! Desmanchados em riso! Um riso demoníaco, que se expande, expande, expande! Sonoridade! Insanidade! Eu? Eu ouço absurdos, apenas! Apenas! Uma imensidão de palavras estúpidas! Histerias e histrionismo! Exageros! As palavras da multidão, do povo! Dos que rezam em cada sentença! Rezam quando gemem! Rezam quando ensinam! Ando cansado da sonoridade das cidades! Dos motores! Do canto dos pássaros que acordam sempre cedo! Mania de metrópole! Eu, portanto, vou regressar ao silêncio. Volto em breve!

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