sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sobre banheiros e afins

Tenho considerado a baixeza de nossa existência. Ainda mais. Nossa baixeza fisiológica. Ainda mais. Nossa baixeza metafísica, ontológica, essencial.  Como é vil, esse nosso sistema digestivo! Expelir nossa vileza em peças de porcelana. Em banheiros particulares, públicos. Em vias públicas. Nas árvores. Nos muros. Em paz. Em desespero. Munidos. Jornais, livros, games. Sempre considerei esse instante o mais baixo de nossa existência. O mais degenerescente. Instante único em que nossa efêmera dignidade se esvai como que por completo. Assim me sinto: indigno. Para a baixeza de nosso sistema digestivo, a glória do silêncio! 

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