sexta-feira, 31 de janeiro de 2014


 O nascimento repugnante de um malformado nunca é bem-vindo. Os olhos desviam. Muitas atrações, poucos amores. Muitos desprezos. Os que nasceram pela metade, em partes. Os que foram "arrancados". Os amputados. Os deformados e suas cicatrizes. Ao amor dos que foram "forçados", um desespero intrauterino, ancestral. Tudo, às sombras do cantos escuros. Nunca chorei minha infância. É melhor chorá-la o mais depressa! Quando um filho meu nascer, direi: É normal? O mal-estar com que o disforme traga a existência! Uma vez mais? Num outro, meu sangue? É bom chorar o mais depressa.

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