quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A minha escrita é do tempo da música que me inspira enquanto escrevo. Não penso. Apenas escrevo, antes que o último acorde, o último verso, a última rima ecoem. Minhas palavras correm, saltam, pelos dedos, no teclado do notebook que comprei, justamente, para enfiar minha solidão. A minha escrita é o desespero do instante que antecede o gozo. E explode, num prazer intenso, pelos dedos. Sim, sempre os mesmo dedos! A minha escrita é um canto, uma louvação pagã, infiel, perdida. Minhas palavras dançam, pelos dedos, como mulheres frívolas, na promiscuidade do sentido, e vão, aos poucos, tecendo significados nos olhos vazios dos leitores que me seguem. Eu, gritando como um louco, prefiro o silêncio de minhas palavras, quando solitárias. Os leitores, enfadonhos leitores! Sempre buscam, nas minhas palavras, a si próprios. Ou, ainda pior, e mais cruel, buscam nelas, nas minhas rotas palavras, aquilo que sou. Eu, justamente eu, que nunca fui nada! Ah! Enfadonhos! Me querem, em cada letra que derramo. Cansados, desistem. Nunca estou nas minhas palavras!

Nenhum comentário:

Postar um comentário